Gamble, de Henry Ford, e contrabandistas britânicos: o mundo nos tempos da febre da borracha

Era como uma corrida do ouro, apenas no papel do ouro era a árvore tropical "mágica". As plantações dessas árvores prometeram a seus proprietários um milionésimo lucro, e os contrabandistas caçavam suas sementes. Industriais e banqueiros compraram hectares de terra tropical para plantar árvores, e até o famoso Henry Ford participou dessa aventura. Mas as cidades na selva foram abandonadas tão rapidamente quanto foram construídas, porque qualquer corrida do ouro termina mais cedo ou mais tarde.

A seringueira, ou Hevea brasileira, era conhecida até pelos índios da América pré-colombiana. Eles estavam familiarizados com as propriedades elásticas do suco leitoso e o usavam para fazer bolas e sapatos. Como não representava nenhum interesse industrial para os índios, ninguém o cultivou, e as árvores que crescem na selva eram suficientes.

Hevea Brazilian

Uma situação completamente diferente se desenvolveu depois que europeus e americanos descobriram as incríveis propriedades do suco dessa árvore. Depois que o americano Charles Goodyear inventou a borracha da seiva da seringueira, a febre da borracha começou na América Latina. No final do século XIX, o Brasil tornou-se proprietário de grandes plantações, trazendo enormes lucros. Em florestas selvagens impenetráveis, estradas, vilas trabalhadoras e até cidades luxuosas, como a brasileira Manaus, começaram a aparecer. As plantações estabelecidas começaram a gerar renda, e o Brasil tinha um grande concorrente no mercado mundial - o Império Britânico. Sementes e mudas de hévea foram proibidas de serem retiradas do país sob pena de morte, mas mesmo isso não salvou o Brasil dos traiçoeiros britânicos.

A cidade de Manaus ganhou fama mundial na era da febre da borracha

Obviamente, as seringueiras tropicais não podiam crescer na Inglaterra chuvosa e fria. Mas aqui nas colônias britânicas, que no final do século XIX havia muitos britânicos empreendedores que esperavam obter um bom lucro. Os britânicos não foram impedidos por leis e proibições: contrabandearam dezenas de milhares de sementes de hevea brasileira e as plantaram em suas colônias no tropical sudeste da Ásia. Em breve, as plantações da árvore de ouro poderão ser encontradas no Sri Lanka, na Malásia, na ilha de Java e em muitas outras regiões.

Henry Ford, o famoso fabricante de automóveis americano, até participou dessa febre de borracha. Hoje, a borracha natural é dificilmente usada para a fabricação de pneus e, no início da indústria automotiva, era vital. Na década de 1930, Henry Ford comprou grandes áreas na selva amazônica para estabelecer plantações de hevea. Mas essa árvore na América do Sul foi afetada por doenças causadas por fungos locais. Mas, na Ásia, na época, esses problemas foram evitados, então a Ford não se saiu muito bem e acabou sendo mais lucrativo comprar borracha asiática.

A borracha natural foi indispensável durante a Segunda Guerra Mundial. Mas gradualmente seu papel não se tornou tão significativo, pois a humanidade o encontrou um substituto mais barato. Obteve-se borracha sintética, produzida a partir de óleo. Mas é borracha natural por suas propriedades elásticas e duráveis ​​únicas que ainda é altamente valorizada na indústria de pneus. Hoje é usado na fabricação de pneus grandes, bem como em pneus de alta qualidade. Além da produção de pneus, a borracha natural é usada na medicina e em algumas indústrias. Portanto, nas regiões tropicais, a hevea brasileira continua a ser cultivada, e plantações dessa árvore podem ser encontradas na África, América do Sul e Central, bem como no Sudeste Asiático.

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